da Redação do Comitê
Brasileiro de Solidariedade aos Presos Políticos Palestinos em
Israel
(com informações da
Associação Addameer de Apoio aos Presos e Direitos Humanos)
Advogados da Associação
Addameer de Apoio aos Presos e Direitos Humanos visitaram quatro dos
prisioneiros jordanianos em greve de fome no início desta semana, e
detalharam as péssimas condições a que são submetidos nos
cárceres israelenses.
Os 12 prisioneiros em
greve de fome, palestinos e jordanianos - Ayman Hamdan [há 88 dias
em greve], Emad Al-Batran [há 79 dias em greve], Ayman Tabeesh [há
63 dias em greve], Mohammad Tabeesh [há 43 dias em greve], Adel
Hareebat [há 63 dias em greve], Husam Matir [há 54 dias em greve],
Abd Al Majid Khdeirat [há 24 dias em greve], Abdallah Barghouthi [há
84 dias em greve], Mohammad Rimawi [há 84 dias em greve], Munir
Mar’ee [há 84 dias em greve], Alaa Hamad [há 84 dias em greve]
and Hamza Othman [há 79 dias em greve] – têm sofrido com
punições, a começar pelo direito de visita de advogados, a
princípio, ter sido negada pela administração penitenciária
israelense, com base na acusação de que os profissionais têm
passado informações entre os grevistas.
Segundo a Associação
Addameer, esta restrição, repetida continuamente contra diversos
outros advogados ativistas, impede o trabalho legítimo das
organizações de direitos humanos e isola os prisioneiros da
realidade de fora das prisões, com a clara intenção de atrapalhar
os esforços das campanhas de greve de fome em massa, organizada
pelos presos políticos.
Mohammad Tabeesh, que
esteve em greve de fome por 63 dias em solidariedade a seu irmão,
preso administrativo Ayman Tabeesh, relatou ter sido espancado logo
após anunciar o protesto em greve de fome.
Ele conta a Addameer que
sua decisão motivou a administração penitenciária a transferi-lo
de sua cela para a solitária. Ainda relembrou que os carcereiros o
despiram a força e o espancaram quando já estava nu e caído no
chão. Após este episódio, em represália, Mohammad foi mantido em
solitárias muitas outras vezes. Sua última cela tinha 1 x 2 metros
de espaço, e o preso teve suas roupas confiscadas, visitas negadas
por 2 meses, proibição também de enviar cartas a familiares, sem
acesso a utilitários de higiene e roupas para se proteger do frio.
Tabeesh mantém a greve de fome e até hoje se recusa a ingerir
vitaminas, tomando apenas água com sal e açúcar.
A descrição do que
acontece com Mohammad Tabeesh é apenas um exemplo de uma série de
outros casos de violação nos cárceres israelenses, incluindo ainda
tortura física e emocional, negligência médica e privação total
de comunicação com familiares e advogados.
O Ministério de Justiça
Israelense lançou proposta que legaliza a alimentação forçada a
presos políticos palestinos denominados prisioneiros de segurança.
Esta proposta viola diretamente a Declaração da Associação
Internacional Médica em Malta, determinante ao considerar que “a
alimentação forçada não é uma prática ética aceitável. Mesmo
visando o benefício, a alimentação acompanhada por procedimentos
coercivo e forçoso, ou ainda quando há constrangimento ou repressão
física é uma foma de tratamento desumana e degradante”.
O The Guardian divulgou
um vídeo de uma ação de solidariedade do artista muçulmano Mos
Def, em uma experimentação do procedimento de alimentação forçada
habitualmente praticado nas prisões de Guatánamo. Segundo
informações do jornal, este tipo de alimentação dura cerca de
longas e agoniantes duas horas.
Veja abaixo o vídeo com
a demonstração deste procedimento de tortura: