quarta-feira, 24 de julho de 2013

Violência nos cárceres israelenses - Agravam as punições contra 12 prisioneiros palestinos em greve de fome


da Redação do Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Presos Políticos Palestinos em Israel
(com informações da Associação Addameer de Apoio aos Presos e Direitos Humanos)
Advogados da Associação Addameer de Apoio aos Presos e Direitos Humanos visitaram quatro dos prisioneiros jordanianos em greve de fome no início desta semana, e detalharam as péssimas condições a que são submetidos nos cárceres israelenses.
Os 12 prisioneiros em greve de fome, palestinos e jordanianos - Ayman Hamdan [há 88 dias em greve], Emad Al-Batran [há 79 dias em greve], Ayman Tabeesh [há 63 dias em greve], Mohammad Tabeesh [há 43 dias em greve], Adel Hareebat [há 63 dias em greve], Husam Matir [há 54 dias em greve], Abd Al Majid Khdeirat [há 24 dias em greve], Abdallah Barghouthi [há 84 dias em greve], Mohammad Rimawi [há 84 dias em greve], Munir Mar’ee [há 84 dias em greve], Alaa Hamad [há 84 dias em greve] and Hamza Othman [há 79 dias em greve] – têm sofrido com punições, a começar pelo direito de visita de advogados, a princípio, ter sido negada pela administração penitenciária israelense, com base na acusação de que os profissionais têm passado informações entre os grevistas.
Segundo a Associação Addameer, esta restrição, repetida continuamente contra diversos outros advogados ativistas, impede o trabalho legítimo das organizações de direitos humanos e isola os prisioneiros da realidade de fora das prisões, com a clara intenção de atrapalhar os esforços das campanhas de greve de fome em massa, organizada pelos presos políticos.
Mohammad Tabeesh, que esteve em greve de fome por 63 dias em solidariedade a seu irmão, preso administrativo Ayman Tabeesh, relatou ter sido espancado logo após anunciar o protesto em greve de fome.
Ele conta a Addameer que sua decisão motivou a administração penitenciária a transferi-lo de sua cela para a solitária. Ainda relembrou que os carcereiros o despiram a força e o espancaram quando já estava nu e caído no chão. Após este episódio, em represália, Mohammad foi mantido em solitárias muitas outras vezes. Sua última cela tinha 1 x 2 metros de espaço, e o preso teve suas roupas confiscadas, visitas negadas por 2 meses, proibição também de enviar cartas a familiares, sem acesso a utilitários de higiene e roupas para se proteger do frio. Tabeesh mantém a greve de fome e até hoje se recusa a ingerir vitaminas, tomando apenas água com sal e açúcar.
A descrição do que acontece com Mohammad Tabeesh é apenas um exemplo de uma série de outros casos de violação nos cárceres israelenses, incluindo ainda tortura física e emocional, negligência médica e privação total de comunicação com familiares e advogados.
O Ministério de Justiça Israelense lançou proposta que legaliza a alimentação forçada a presos políticos palestinos denominados prisioneiros de segurança. Esta proposta viola diretamente a Declaração da Associação Internacional Médica em Malta, determinante ao considerar que “a alimentação forçada não é uma prática ética aceitável. Mesmo visando o benefício, a alimentação acompanhada por procedimentos coercivo e forçoso, ou ainda quando há constrangimento ou repressão física é uma foma de tratamento desumana e degradante”.
O The Guardian divulgou um vídeo de uma ação de solidariedade do artista muçulmano Mos Def, em uma experimentação do procedimento de alimentação forçada habitualmente praticado nas prisões de Guatánamo. Segundo informações do jornal, este tipo de alimentação dura cerca de longas e agoniantes duas horas.
Veja abaixo o vídeo com a demonstração deste procedimento de tortura:


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