Detenções israelenses e
práticas de encarceramento: Desde o início da ocupação sraelense
nos territórios palestinos, em 1967, mais de 750.000 palestinos foram detidos
pelo exército israelense. Este número representa aproximadamente 40% do total
dos homens no território palestino ocupado.
Prisão administrativa: Prisão
Administrativa é uma prática utilizada por Israel para deter palestinos sobre
ordens de detenção que variam de um a seis meses, renováveis indefinidamente.
As ordens de detenção são baseadas em informações secretas que nem o detento ou
seu advogado tem acesso. A prisão administrativa é frequentemente usada quando
não existem provas suficientes para submeter palestinos sob qualquer uma das
ordens militares que Israel usa nos territórios da Cisjordânia.
Prisão administrativa
indefinida: Prisão administrativa indefinida viola o direito internacional,
que estipula que a detenção administrativa - detenção, ordenada pelo executivo,
e não por ordens judiciais - só pode ocorrer em situações de emergência, caso
em que haja ameaças reais e imediatas para a segurança do Estado, as quais não
podem, por definição, ser indefinidas. O palestino detido por mais tempo sob
prisão administrativa, Mazen Natsheh, passou cumulativamente quase 10 anos e
meio em prisão administrativa, desde 1994.
Prisão administrativa em
números: O uso da detenção administrativa na Palestina tem aumentado desde
o início da Segunda Intifada, em 2000. Pouco antes do início da Intifada,
Israel mantinha em detenção administrativa 12 palestinos. No início de março de
2003, mais de mil palestinos estavam sendo mantidos neste tipo de prisão. Entre
2007 e 2011, 8.157 ordens de detenção administrativa foram emitidas por Israel.
Em fevereiro de 2013, havia 178 palestinos detidos administrativamente sob
custódia israelense, em prisão administrativa, incluindo nove membros do
Conselho Legislativo Palestino.
Detenção Administrativa
& interrupção do processo democrático palestino:
A prisão administrativa também foi usada por Israel como forma de
atingir candidatos palestinos eleitos democraticamente, especialmente aqueles
do “Bloco de Mudança e Reforma”, que é considerado pró- Hamas, mas inclui
membros independentes e não-muçulmanos. Até 2009, quase um terço dos membros do
PLC estavam sendo detidos pelos israelenses. Desde 2005, 20 membros do PLC
foram detidos em prisão administrativa, dos quais seis foram submetidos a essa
forma de detenção mais de uma vez. Todos os partidos políticos palestinos são
considerados ilegais sob a lei militar israelense, tornando qualquer palestino
ativo politicamente vulnerável a prisão.
III - Tratamento: detentos
administrativos enfrentam várias formas de maus-tratos, incluindo
negligência médica, péssimas condições de aprisionamento, acesso
limitado a advogado e visita familiar, e tortura.
Visitas Familiares: detentos
administrativos recebem normalmente poucas, se alguma, visitas
familiares. As visitas são negadas às famílias, em geral, por
ambíguas razões de “segurança". A visitação torna-se é ainda mais difícil
em virtude do fato de que Israel mantém seus detidos em prisões e centros de
detenção que se localizam dentro dos territórios de 1948 em contravenção ao
artigo 76 da IV Convenção de Genebra, que proíbe a transferência de
prisioneiros de territórios ocupados. Isso, conjuntamente ao sistema de
permissões restritivo utilizado por Israel para controlar o movimento de palestinos,
significa que muitas famílias não podem visitar seus familiares em prisão
administrativa.
Tortura: As
confissões obtidas sob tortura são admissíveis nos julgamentos militares
israelenses e seus tribunais. Desde 1967, 72 presos morreram sob custódia como
resultado de tortura. Sob a lei militar israelense, os detentos podem ser
interrogados por até 60 dias sem acesso a um advogado, impedindo controles
adequados dos métodos de interrogatório. Isto representa uma violação do
direito internacional.
Aparato legal: Prisão
administrativa, originalmente baseada nas Regulações (1945) de Defesa
(emergência) do Mandato Britânico, está autorizada tanto no
direito interno de Israel, que é aplicado aos cidadãos israelenses que vivem em
territórios de 1948 e para os 500 mil colonos ilegais que vivem na Cisjordânia,
quanto na lei militar israelense, aplicada aos palestinos que vivem na
Cisjordânia. Na prática, porém, a forma de prisão administrativa no direito
interno de Israel é quase exclusivamente aplicado a palestinos que têm
cidadania israelense, os quais são cerca de 20% da população de Israel e enfrentam
discriminação sistemática sob a lei israelense.
Cumplicidade corporativa: Muitos
dos centros de detenção e prisões onde os detentos são mantidos sob prisão
administrativa utilizam os serviços da G4S, a maior empresa de segurança do
mundo. A sociedade civil palestina pediu à comunidade internacional para
boicotar, desinvestir e sancionar a G4S, como parte do movimento de BDS, a fim
de responsabilizar a empresa pela sua participação em violações dos direitos
humanos e do direito internacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário