terça-feira, 4 de junho de 2013

Mais 700 prisioneiros palestinos iniciam hoje protesto para exigir status de prisioneiro de guerra

Cinco prisioneiros jordanianos detidos em prisões israelenses mantêm greve de fome
Mais 700 prisioneiros palestinos iniciam hoje protesto para exigir status de prisioneiro de guerra



da redação do Comitê Brasileiro de Apoio aos Prisioneiros Palestinos

O advogado da Associação Addameer de Apoio aos Prisioneiros e de Direitos Humanos, dr. Fares Ziad, visitou no último domingo (02), na clinica da prisão de Ramle, dois prisioneiros palestinos de nacionalidade jordaniana, Abdullah Barghouti e Mohammad Rimawi. Os dois prisioneiros estão em greve de fome a fim de cobrar algumas exigências. Além deles, outros três prisioneiros jordanianos também estão em greve: Hamzah Othman, Muteb Mar’e e Alaa Hammad.

O prisioneiro Abdullah Barghouti, de 41 anos, residente da aldeia de Beit Rima, Ramallah, informou ao advogado da Addameer que iniciou sua greve de fome em 05 de fevereiro, quando estava na prisão Gilboa. Após o anúncio da greve, o prisioneiro foi transferido para  departamento de prisioneiros civis, onde ficou por 14 dias. No dia 15 de maio, foi transferido para a prisão Jalame, para ser interrogado a respeito de sua greve de fome. Neste período, deixou também de ingerir qualquer tipo de líquido. No dia 19 de maio foi levado para o hospital da prisão Ramle.

O prisioneiro Barghouti confirmou ao advogado da Addameer que os 5 prisioneiros jordanianos  anunciaram a greve em 05 de fevereiro, nas prisões de Ramon, no Negev, e Gilboa. Todos dispostos a seguir uma longa batalha, até que suas reivindicações sejam atendidas:

1.       Sair dos prisões israelenses e cumprir o restante da pena em prisões jordanianas, conforme o acordo de Wadi Araba, assinado entre a Jordânia e Israel, tendo como exemplo o procedimento com o prisioneiro Sultan Ajlouni, condenado em Israel e  transferido para as prisão jordaniana para terminar a sentença;
2.       Esclarecer o destino dos 20 prisioneiros jordanianos desaparecidos;
3.       Repatriação dos corpos dos mártires, mantidos no que se chama de "cemitério dos números".

Vale ressaltar que o prisioneiro Abdullah Barghouti tem a maior condenação militar na história da ocupação israelense (67 sentenças de prisão perpétua) e segue preso desde 05/03/2003.

Sobre o prisioneiro Mohamed Remawi, de 47 anos, da aldeia de Beit Rima, próximo a Ramallah, o advogado afirmou que o preso continua em greve de fome desde 05 de fevereiro, enquanto esteva na prisão Ramon. O prisioneiro foi transferido para o setor hospitalar  de Ramla em 22/05 e até hoje só bebe água.

Remawi explicou que, antes de iniciar a greve de fome, sofria com uma grave inflamação nos pulmões e intestinos e fora infectado com a "febre do Mediterrâneo". Hoje, com a falta de alimentação, sente forte cansaço e se preocupa pelo fato de a administração prisional não lhe oferecer a medicação para os problemas de saúde. Segundo Remawi, a administração chegou a propor dar os remédios em troca do fim da greve de fome. A proposta foi rejeitada categoricamente pelo prisioneiro.

Vale ressaltar que o prisioneiro segue detido desde 19/10/2001, condenado a três penas de prisão perpétua.
Durante uma conferência de imprensa realizada na terça-feira (4), na cidade de Ramallah, o ministro dos Prisioneiros Issa Qaraqe, e um membro do Comitê Central do Movimento Fatah, Mahmoud Aloul e Sr. Qaddoura Fares, diretora do Clube dos  Prisioneiros, hoje será o primeiro dia da Batalha de Emissão Nacional, que terá início com cerca de 700 prisioneiros que pertencem aos serviços de segurança da Autoridade Palestina, com protestos contra o uso dos uniformes oficiais do serviço prisional (vestimenta marrom). Eles recusam também a ficar em pé na hora de contagem e, como uma das principais exigências, pedir o reconhecimento de seus status para prisioneiros de guerra e, consequentemente, a transferência para prisões do interior do território ocupado da Palestina de 1967.

A Addameer confirma seu apoio às reivindicações dos prisioneiros e salienta a necessidade de tratamento aos detidos baseado nos termos das Convenções do Direito Internacional Humanitário e Convenção de Genebra, a 3ª e a 4º, em particular.

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