Cinco prisioneiros jordanianos detidos em prisões israelenses mantêm greve de fome
Mais 700 prisioneiros palestinos iniciam hoje protesto para exigir status de prisioneiro de guerra
da redação do Comitê Brasileiro de Apoio aos Prisioneiros Palestinos
O
advogado da Associação Addameer de Apoio aos Prisioneiros e de Direitos
Humanos, dr. Fares Ziad, visitou no último domingo (02), na clinica da
prisão de Ramle, dois prisioneiros palestinos de nacionalidade
jordaniana, Abdullah Barghouti e Mohammad Rimawi. Os dois prisioneiros
estão em greve de fome a fim de cobrar algumas exigências. Além deles,
outros três prisioneiros jordanianos também estão em greve: Hamzah
Othman, Muteb Mar’e e Alaa Hammad.
O
prisioneiro Abdullah Barghouti, de 41 anos, residente da aldeia de Beit
Rima, Ramallah, informou ao advogado da Addameer que iniciou sua greve
de fome em 05 de fevereiro, quando estava na prisão Gilboa. Após o
anúncio da greve, o prisioneiro foi transferido para departamento de
prisioneiros civis, onde ficou por 14 dias. No dia 15 de maio, foi transferido para a prisão Jalame,
para ser interrogado a respeito de sua greve de fome. Neste período,
deixou também de ingerir qualquer tipo de líquido. No dia 19 de maio foi levado para o hospital da prisão Ramle.
O
prisioneiro Barghouti confirmou ao advogado da Addameer que os 5
prisioneiros jordanianos anunciaram a greve em 05 de fevereiro, nas
prisões de Ramon, no Negev, e Gilboa. Todos dispostos a seguir uma longa
batalha, até que suas reivindicações sejam atendidas:
1. Sair
dos prisões israelenses e cumprir o restante da pena em prisões
jordanianas, conforme o acordo de Wadi Araba, assinado entre a Jordânia e
Israel, tendo como exemplo o procedimento com o prisioneiro Sultan
Ajlouni, condenado em Israel e transferido para as prisão jordaniana
para terminar a sentença;
2. Esclarecer o destino dos 20 prisioneiros jordanianos desaparecidos;
3. Repatriação dos corpos dos mártires, mantidos no que se chama de "cemitério dos números".
Vale ressaltar que o prisioneiro Abdullah Barghouti tem a maior condenação militar na história da ocupação israelense (67 sentenças de prisão perpétua) e segue preso desde 05/03/2003.
Sobre
o prisioneiro Mohamed Remawi, de 47 anos, da aldeia de Beit Rima,
próximo a Ramallah, o advogado afirmou que o preso continua em greve de
fome desde 05 de fevereiro, enquanto esteva na prisão Ramon. O
prisioneiro foi transferido para o setor hospitalar de Ramla em 22/05 e até hoje só bebe água.
Remawi
explicou que, antes de iniciar a greve de fome, sofria com uma grave
inflamação nos pulmões e intestinos e fora infectado com a "febre do
Mediterrâneo". Hoje, com a falta de alimentação, sente forte cansaço e
se preocupa pelo fato de a administração prisional não lhe oferecer a
medicação para os problemas de saúde. Segundo Remawi, a administração
chegou a propor dar os remédios em troca do fim da greve de fome. A
proposta foi rejeitada categoricamente pelo prisioneiro.
Vale ressaltar que o prisioneiro segue detido desde 19/10/2001, condenado a três penas de prisão perpétua.
Durante
uma conferência de imprensa realizada na terça-feira (4), na cidade de
Ramallah, o ministro dos Prisioneiros Issa Qaraqe, e um membro do Comitê
Central do Movimento Fatah, Mahmoud Aloul e Sr. Qaddoura Fares,
diretora do Clube dos Prisioneiros, hoje será o
primeiro dia da Batalha de Emissão Nacional, que terá início com cerca
de 700 prisioneiros que pertencem aos serviços de segurança da
Autoridade Palestina, com protestos contra o uso dos uniformes oficiais
do serviço prisional (vestimenta marrom). Eles recusam também a ficar em
pé na hora de contagem e, como uma das principais exigências, pedir o
reconhecimento de seus status para prisioneiros de guerra e,
consequentemente, a transferência para prisões do interior do território
ocupado da Palestina de 1967.
A
Addameer confirma seu apoio às reivindicações dos prisioneiros e
salienta a necessidade de tratamento aos detidos baseado nos termos das
Convenções do Direito Internacional Humanitário e Convenção de Genebra, a
3ª e a 4º, em particular.
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