de
Ramallah, Sama
O
Ministério de Assuntos dos Prisioneiros informou que o prisioneiro
Munif Mohammad Mahmoud Abu Atwan, de 39 anos, morador de Dora,
Hebron, e condenado a cinco penas perpétuas sofre com a deterioração
significativa da visão.
O advogado do ministério, Amer Abu Hamdiya, disse que visitou a prisão de Ramon e que constatou que o prisioneiro sofre com os problemas de visão, e a situação é cada vez mais crítica uma vez que não recebe nenhum tipo de tratamento. Hamdiya considera o caso grave, e afirma que os problemas de saúde surgiram depois de o preso ter sofrido uma forte pancada na cabeça durante os interrogatórios, o que poderia, também, ser o motivo dos problemas de visão.
O prisioneiro informou que ao longo dos anos em cárcere pediu repetidamente aos responsáveis pela administração penitenciária o tratamento devido, mas que nunca fora atendido. Em 2008 ele recorreu ao tribunal para exigir os cuidados médicos, mas também não obteve resultado.
Sobre o tratamento médico, Abu Atwan afirma também ter boicotado o Hospital Ramle, por considerar o local um matadouro e não um hospital, e responsabiliza os médicos da administração da prisão pelo surgimento e agravamento de seu problema. O prisioneiro teve “congelamento nas retinas dos olhos” que prejudicou a absorção de claridade.
A grave denúncia foi relatada por Abu Atwan por meio do advogado Abu Hamdiya. Segundo o prisioneiro, o médico do hospital “Soroka”, que se recusou a realizar qualquer operação cirúrgica, disse a Abu Atwan que após se tornar definitivamente cego, a administração prisional prepararia uma festa comemorativa digna, demonstrando não só o descaso mas o deboche frente os problemas de saúde do prisioneiro palestino.
O prisioneiro, que precisava de um aparelho para examinar os olhos e um médico particular, disse que a negligência médica é uma prática cometida contra todos os prisioneiros com complicações de saúde, principalmente os condenados a longos anos de prisão, e afirmou que os detidos são utilizados como cobaias para experimentos.
Um
outro caso foi relatado por outro advogado do Ministério dos
Prisioneiros, Fadi Ubeidat que salientou a grave situação de saúde
do prisioneiro palestino Mutassim Raddad, de 27 anos de idade, da
aldeia de Saida, distrito de Tulkarem. O rapaz foi condenado quando
tinha 25 anos de idade, e sofre de tumores inflamatórios e
cancerígenos no intestino. Ubeidat, que visitou o prisioneiro no
Hospital Hadarim, disse que o prisioneiro sofre com hemorragia
contínua e que a coloração do sangue é escura, bem como a
frequência cardíaca tem estado acelerada. Raddad fica pior a cada
dia.
O representante dos Prisioneiros em Hadarim, Nasser Abu Srour, exige a preservação da vida do prisioneiro Mutassim Raddad, e apela a todos para que ajam rapidamente e para que o detido seja libertado, em decorrência da deterioração de sua saúde no último período.
O
prisioneiro Ibrahim Alkam, representante dos presos da Frente Popular
na
prisão Hadarim, reforçou
a informação de que os prisioneiros doentes têm de enfrentar
muitos problemas nas prisões, devido ao atraso ou a ausência de
tratamento médico, e que a administração prisional normalmente não
informa a natureza de suas doenças, forçando os presos a ingerirem
medicamentos desconhecidos e que, provavelmente, não estão de
acordo com a doença do detido.